CHIUDI

A coluna mensal ‘Conversa de Mercado’ tem como objetivo trazer os mais recentes investimentos e movimentações do setor, aumentando o conhecimento sobre os concorrentes, as especulações de mercado e as ações das principais companhias.

Este mês, apresentamos Iara Bentes, superintendente da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro). Fundada em 1990, a associação é hoje a maior entidade do setor no Brasil. Reúne cerca de duzentos associados em todo o País, além de treze sindicatos e associações vidreiras regionais. Desde a sua criação, a Abravidro acompanha de perto a evolução do vidro plano nas indústrias de construção civil, automobilística, moveleira, de decoração e de linha branca. Sua principal missão é ser a voz ativa da cadeia produtiva vidreira, trabalhando pela defesa e desenvolvimento constante do setor.

Iara Bentes

Iara Bentes é superintendente da Abravidro e editora da revista O Vidroplano. Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), é pós-graduada em Comunicação com o Mercado na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e possui MBA em Gestão da Comunicação Empresarial pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

Entrevista

Quais foram as inovações/tecnologias apresentadas na Glasstec?

Um dos espaços mais importantes da feira, a mostra Glass Technology Live apresentou produtos, protótipos e estudos com foco em tecnologias que podem se tornar o padrão da indústria vidreira em um futuro próximo. Entre as mais interessantes aplicações expostas, estavam vidros ultrafinos com espessura menor do que a de um fio de cabelo; multilaminados com incríveis dezoito chapas de nosso material; laminação 3D (que permite a criação de peças estruturais com ângulos de 90°); insulados com iluminação interna de LED; chapas curvas em tamanho maior que o jumbo; sistemas para fachadas envidraçadas que contam com fluidos utilizados para absorver o calor do Sol.

Quais são as tendências do mercado de vidro que devem chegar ao Brasil em breve?

A Glasstec confirmou sua tradição de levar para os visitantes diversas inovações envolvendo o vidro. Algumas tendências que, se já não estão, provavelmente estarão no mercado nos próximos anos. Com algumas peças incríveis, os vidros laminados revelaram a possibilidade de se construir elementos estruturais com enorme resistência à pressão de cargas. O insulado ainda é um pouco raro no Brasil, mas novas tecnologias podem ajudar a emplacar esse produto em nosso país. Controle de luminosidade embutido, LEDs que fazem o painel mudar de cor e transparência foram alguns dos destaques encontrados. Um dos grandes desafios nessa edição da Glasstec foi a presença de vidros jumbo com dimensões extremas. Entre os painéis, um de 18 m de comprimento, demandou uma verdadeira força-tarefa para o transporte. Durante a feira, a Indústria 4.0 era termo constante nos lançamentos dos maquinários. Softwares conectados à nuvem, que monitoram o processamento do vidro e calculam até o custo-benefício da produção serão cada vez mais comuns.

Qual foi o tamanho do grupo de empresários brasileiros no evento? Como você enxerga esse número?

O número de visitantes brasileiros foi expressivo. Ao todo, 233 participaram este ano, crescimento de quase 50% em relação a 2016. Isso prova que, cada vez mais, os empresários brasileiros estão em busca do que há de mais moderno, das últimas tecnologias em vidro, processamento e materiais. Afinal, a Glasstec é reconhecida como um dos principais encontros do setor vidreiro do mundo. Além disso, duas empresas brasileiras expuseram na mostra. Ambas já têm atuação fora do Brasil, mas foram para a Alemanha com o objetivo de se apresentar, em um evento de grandes proporções, para novos mercados, principalmente europeus.

Quais são as perspectivas para o mercado do vidro em 2019? Esperam-se recuperação e crescimento?

A perspectiva é positiva, sem dúvida! O empresário industrial, de modo geral, está bastante confiante, como mostra por exemplo o Índice de Confiança do Empresário Industrial, da CNI, que em novembro registrou o maior valor em oito anos! E isso não é diferente no nosso setor. Estivemos no 9º Encontro Sul Brasileiro de Vidreiros no último final de semana e era visível o ânimo dos empresários para o ano que vem. Vamos poder quantificar isso melhor na próxima edição do Panorama Abravidro, o qual trará um retrato do nosso mercado em 2018 e ainda a perspectiva do setor vidreiro em relação ao novo ano, mas ficou claro que o empresariado aposta que 2019 será um ano de recuperação para o nosso setor.

Qual segmento você acha que terá melhor desempenho no próximo ano?

A grande expectativa está depositada na retomada da construção civil, principalmente no mercado residencial, que vive condições mais favoráveis que os mercados corporativo e de hotelaria.